8.3.06

Dia Internacional da Mulher - Uma reflexão

A princípio, pensei em postar uma mensagem bonita, singela e cor-de-rosa. Ou um poema daqueles melosos e delicados que costumamos receber, geralmente, por e-mail, neste dia; aqueles que nos parabenizam pela nossa força, pela nossa trajetória histórica de conquistas e, acima de tudo, por podermos gerar filhos: a grande dádiva. Nada contra, mas achei muito clichê. Desisti. Depois pensei em dar asas à “Heloisa Helena” que existe dentro de mim e fazer um discurso político enfático em defesa de todas as mulheres, sem distinção de raça, faixa etária, classe socioeconômica, cor e credo, seguido de outro discurso denunciando o absurdo da tripla (ou seria quádrupla, quíntupla, sextupla?...) jornada de trabalho a que somos submetidas involuntariamente; a inaceitável prostituição infantil a troco de um prato de comida; a humilhação de apanhar do companheiro e não ter coragem de denunciar; a injustiça da diferença salarial entre um homem e uma mulher que ocupam o mesmo cargo, enfim, toda essa situação discutida à exaustão (e detalhe: sem resultado prático). Também achei clichê e, mais uma vez, desisti. Então resolvi falar da delícia (e não da dor) de ser o que somos. Gente, tem coisa mais feminina (e gostosa) que dar uma passadinha nas lojas só pra ver vitrine; que comprar uma lingiere bem bonita e provocante nem que seja só pra ter; que deixar de comprar algo pra você e comprar pra um filho; que fazer uma receita nova e ficar na expectativa se vão gostar; que comprar uma lã bem bonita pra fazer uma blusa pro inverno; que usar maquiagem, hidratante e filtro solar; que ir ao banheiro do barzinho com a amiga pra fofocar; que fazer o que o seu homem gosta; que se reunir com as amigas só pra conversar?... Então, hoje, vamos brindar essas coisinhas tão peculiares que nos tornam tão especiais! Beijos a todas.